Pensava em ti como sempre.
Era meu desde sempre, mas eu não havia descoberto ainda. E eu me via em você, com você, com toda uma facilidade que quase era julgada como frieza para com os outros lados. Mas para você só havia calor - com o perdão de uma possível interpretação ao estilo Sidney Magal - de uma paixão. Paixão essa que era quase inexplicável. Arrebatadora em sua constância. Paixão dessas que por trás tem amor, e não se perde quando se dobra na esquina pra comprar pão ou qualquer coisa que me afastasse, ou te afastasse. Não havia afastamento. E quando eu enviei mensagem pedindo para que voltasse, na madrugada do domingo, já te sabia ao meu lado em pouco tempo, com ambos perdidos pedindo perdão por simplesmente não se possuírem. Me avisou então, no dia seguinte, ser a segunda mais vazia sem minha roupa rasgada em seu colchão - e nessa tua nota, nesse teu presente que nunca será ser igualado nem com a mais preciosa das pedras por ter um valor tão maior, pude notar que mesmo qualquer indício de todo o inferno organizado pelos nossos beijos, toques e olhares, havia o amor. O certo. O que salva qualquer pecado da perdição, endeusa e torna tudo indício de pureza, veracidade, bondade, felicidade. Mal cabia em mim esse teu amor, e na maior parte do tempo, escapava por todo lugar que podia. Mal cabia em mim a crença de sua constância, e a felicidade pela mesma. Mal cabia em mim essa saudade toda que dá pra sentir quando sem querer, no meio de toda uma poética, vejo uma foto sua e já nem consigo raciocinar direito. Acabou-se racionalidade, perdi o fio da meada, mas te amo mais do que no início da declaração.

Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...