Na foto eu tô sorrindo! Aproveitei bem rápido para que o canto da boca não escorregasse. Momento raro, câmera poderosa e lá estava eu, aproveitando uma oportunidade única nesses tempos de escassez. Felicidade não bateu as caras lá em casa. Saiu outro dia, dizendo que ia na feira comprar manteiga, leite e pão. Cadê que voltou? Parece o saci, que disse que ia num pé e voltava no outro. Nunca mais voltou. Ainda tive esperança, esperei na sala de jantar. Pensei até que tivesse esquecido as chaves, e deixei a janela aberta - se quisesse pular, se fosse o caso. Mas não veio nesses tempos, e desconfio que vá demorar no exterior. O interior tá um deserto sem fim. Aí eu fiquei em casa pra me virar, sem manteiga, leite e pão. E sem felicidade.

Mas com a câmera, eu fiquei.

5 comentários:

  1. E a tua suposta felicidade foi-se embora bater em uma outra porta no exterior. Deixou teu interior devastado. Deixou sem leite, manteiga ou pão.
    E agora, o que há de fazer? Pois que se ache um jeito de construir uma nova felicidade, nem que para isso a câmera seja útil.
    Beijos, G.
    www.2pitadasdesal.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Agora eu que digo, que coisa triste, Bruna! :x
    Lembra, que, depois da tempestade sempre aparece o sol, e com um lindo arco íris, ok?

    ResponderExcluir
  3. É, ao menos a câmera te restou.
    Quem sabe você não possa tirar algum proveito disso... ;)

    beeijocas, Bruna. ;*

    ResponderExcluir
  4. Tô cega de um olho, então, porque esse lado tá brincando de ser mulher invisível comigo.

    ResponderExcluir

Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...