Havia dias em que eu queria esquecer e outros em que eu me acabava nas lembranças; havia dias que os dias passam devagar, e outros que a lentidão não me deixava sair do lugar. O tempo não mudou minhas reações, minha raiva ou meu amor. O último era o pior: se esvaía com a mesma frequência em que voltava para o meu coração. Sempre num ritmo que nunca parava, não se cansava, sempre me tirando o que restava de mim. Aquela fé de que tudo um dia pudesse mudar, que um dia todos meus sentimentos iriam parar de se mostrar em uma canção de amor, foi se esgotando. Então eles passaram de"uma canção" para "várias canções" - todas lentas, com letras e palavras lentas, acompanhando meu pensamento lento. Tudo se encaixava, menos eu no final. Eu precisava me salvar, mas nada tinha uma razão. E se não fosse pela razão, que fosse pelo coração, que não estava inteiro, mas ainda sobrevivia com suas metades e lembranças partidas.
When everything feels like the movies
You bleed just to know you're alive...