Quando a noite fria me abraçou de conchinha, roubando seu lugar, eu fiquei furiosa. Como podia essa malandra se aventurar tão fria e tão vazia pela minha cama, quando alguém tão mais carnal havia estado ali? Duvidei de sua esperteza - sabe-se, como já deve ter dito algum velho ditado popular, que nada pode substituir um abraço de quem ama em quem se é amado, na cama. E mesmo com toda minha ira, ela não se deixou abalar; ficou lá, ficando e beijando meu pescoço, tentando me mostrar que seu acalanto poderia ser bom - mas não foi. Nunca é. Toda lua no céu, a noite se esgueira pra debaixo das minhas cobertas vazias e me conta uma cantada ao pé do ouvido. "Não rola, noite". É preciso ter o tom certo de voz pra conquistar o coração (e desse tom, eu ouço todo dia, no calor de braços tão mais vivos que o seu, que o céu...)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...
-
Ver você é como escutar moonlight sonata. Não consigo me cansar. Poderia viver num looping infinito de reprodução, de moolight e com você. ...
-
Na foto eu tô sorrindo! Aproveitei bem rápido para que o canto da boca não escorregasse. Momento raro, câmera poderosa e lá estava eu, aprov...
-
Por mais que eu fosse contra aquilo, eu tinha me apaixonado pela sua imagem: pela sua voz, o jeito como pegava no violão, e o jeito que cant...
Nenhum comentário:
Postar um comentário