Quando a noite fria me abraçou de conchinha, roubando seu lugar, eu fiquei furiosa. Como podia essa malandra se aventurar tão fria e tão vazia pela minha cama, quando alguém tão mais carnal havia estado ali? Duvidei de sua esperteza - sabe-se, como já deve ter dito algum velho ditado popular, que nada pode substituir um abraço de quem ama em quem se é amado, na cama. E mesmo com toda minha ira, ela não se deixou abalar; ficou lá, ficando e beijando meu pescoço, tentando me mostrar que seu acalanto poderia ser bom - mas não foi. Nunca é. Toda lua no céu, a noite se esgueira pra debaixo das minhas cobertas vazias e me conta uma cantada ao pé do ouvido. "Não rola, noite". É preciso ter o tom certo de voz pra conquistar o coração (e desse tom, eu ouço todo dia, no calor de braços tão mais vivos que o seu, que o céu...)
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