O vento sopra más notícias
E se enrola no meu pé com delicadeza
Como quem quer salvar da tristeza
Uma alma que já não existe mais.
Se eu contasse sobre toda água
Azul como o céu dessa quinta-feira
Que afoga a mim em mim mesma
Você não acreditaria sem olhar por trás dos meus olhos.
Hoje eles estão castanhos e escuros
E também já não sabem cantar mais
Mas um dia foram roxos e vivos
e como vinho, inebriavam quem ousasse olhar
moldados pela beleza que o ventro trazia
montada em boas e novas notícias
que já descansam, mortas

(sem paz..)

Que as lágrimas escorram pelo pescoço
e me estrangulem a vida
assim como fazem com minha vontade
de renascer em outro dia
que nunca será quente o suficiente
pra secar as lágrimas que descem
e não estrangulam célula viva nenhuma
para não haver o risco de perder
o diário passeio do lado de fora
do meu corpo, quase tão morto
quanto por dentro.

(fogem, talvez
do crime já cometido n'alma
Todas possuem uma escapatória
mas eu fico.

E continuo.)


Mesmo em outra cidade, ou país
continuaria sendo sua.
Mesmo em outro braço ou boca
continuaria sendo sua.
Mesmo em outras hipóteses de lonjura,
Na alma, na cabeça,
nas pontas dos meus dedos acariciados,
nas costas já conhecidas das tuas mãos,
na memória dos carros, dos quartos
na memória dos outros
ou até mesmo na nossa,
sempre serei sua.
Desconhecida pelos grandes futuros que te esperam
e com esperança, me devoram
mas nunca me tiram do lugar que você colocou:
Longe.

Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...