O erro bem ali, preenchendo o vazio que a falta da palavra fazia. Definitivamente era um dia especial. Mas eu já sabia que seria, não pelas suas condições normais e anuais, mas pelo sal que derramei no chão. E o desenho que formara era exatamente o mesmo desenho que formavam minhas lágrimas enquanto caiam de mansinho. Manso em manso, a agonia fazia nó no meu peito e não entrava ar. Eu havia ferido, corte lento e profundo, não só a mim. Em uma relação um pouco fora do contexto, mas em sentimento exato (ainda assim, sem se deixar levar pela emoção, tendo uma visão racional do que se é e do que se foi), nunca tinha sido "nós" antes. Ilusão pensar que eu poderia me encaixar tão facilmente de cara. Sorte nunca foi meu forte, e é claro que eu quebraria a cara e qualquer coisa de ruim aconteceria antes de ser feliz. Nesse caso, ser feliz era sinônimo de encontrar você. Encontrei, finalmente, e preenchi do jeito que conseguia - mas talvez esse não fosse o bastante. Meu erro. Seu vazio das palavras. Meu deserto sem fim por dentro. E eu pedia desculpas como uma desesperada na tentativa de corrigir o que talvez você nunca esqueça. O que eu nunca esqueceria quando tratei de forma empática. Mesmo assim, sem me importar com todas as outras causas, sem me importar com todos os outros estados de espírito, sem me importar com nada mais, eu peço perdão. E me corrijo. Não de cara, pela impossibilidade de remediar tais problemas do dia pra noite. Mas como uma mãe que cuida dos machucados do seu filho todo dia, com química e amor; como uma amante, que cuida das feridas de seu amado com abraços e beijos; como filha, que cuida das feridas de seus pais apenas sendo, e sendo o melhor remédio. De todas as formas possíveis e em cada lugar que você precisar de mim, vou estar me doando e, talvez, eu consiga dar o mínimo que você merece. Eu sou 1%.

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Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...