Será que você ainda sonha comigo montada no seu elefante? Será que sente as cócegas que eu sinto, quando acorda. Ouve a minha voz quando encontra o silêncio, proferindo o que você não quer ouvir porque machuca e cansa.
Parece que cansar é sentimento recorrente ao passar dos dias. Como enfrentar o vento antes da tempestade numa praia vazia, segurando tudo o que pode pela ponta dos dedos, esperando que a chuva caia e faça você desistir de vez de se mexer. Mas a chuva não vem.
Antes, era dividido: mesmo que não ajudasse, lutava a mesma luta que eu. Quando difícil, bastava olhar e se concentrar bem pra ouvir sua voz e saberia da sua presença no meio do vendaval. A expectativa que você segurasse em mim e desse força me fez duvidar das minhas e fraquejar. Preferi a solidão.
Agora, ainda que ouça sua voz me dizendo o que não quero ouvir, pelo menos me sei só, de fato. Ainda não decidi se o fantasma que corre ao meu redor de tudo o que já desvendamos no meio do temporal é melhor do que a presença. Não sei se consigo esperar a chuva cair, com ou sem você.

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Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...