As previsões não são muito boas.
Eventualmente vou me magoar e regredir aos poucos para me tornar o que já fui.
É lindo entender como me desconstruo em cartas pra você, mas a previsão...
A fala não acompanha o sentimento.
Uma madrugada eu te amo e espero que você durma pra eu poder falar isso. Eu te amo e independe de uma resposta, porque amaria mesmo se você não estivesse aqui do meu lado.
Um dia eu te amo quando ando de ônibus ou penso em não tê-lo; eu te amo ao meu lado à pé, em calmaria ou em correria de mãos dadas.
No dia seguinte, domingo de sol alto, dói. Meu amor me cansa.
Cansa porque se torna, aos poucos, uma vergonha ou medo te amar. Porque eu espero que, igual ontem, eu me sinta pronta pra te amar e você amar de volta, incondicional como esse calor que me assola no jardim.
Mas as previsões...
Eu jogo o baralho do tarot e penso em você. Espero que saia um aviso do universo, bem claro, avisando que é pra eu me segurar só um poquinho nesse não-saber pra saber quando vai ser sua hora certa. O tarot me avisa que agora é o tempo de encerrar ciclos, como na semana passada, mas que tudo vai ser renovado. Basta segurar na mão firme e esperar esse misto de energia passar.
Me lembro de quando você segura a minha mão e parece que não vai soltar (e como eu estranhei no inicio essa força que você não percebia). É difícil segurar mão no calor. É difícil manter contato.
Os espaços que você não completa vão ecoando um som nosso que eu não queria ouvir.
é que eu te amo mesmo que eu não possa, não deva.
inevitável não ouvir.
inevitável não regredir.
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