Até você aparecer.
Eu construí um castelo para me abrigar de todo veneno que existe pelo mundo. Coloquei minha força e teimosia em cada brecha de suas paredes, me coloquei dentro e fiquei abrigada por tanto tempo que eu já não sabia nada sobre datas. Lá eu me perdia em mim, me surpreendia comigo mesma e acabava descobrindo algo novo. Todo dia tudo se transformava, os cômodos eram alterados e as passagens secretas mudavam de lugar. As paredes ficavam cada vez mais largas e fortes, me prendendo cada vez mais. Mas eu não percebi, porque eu esqueci da chuva e do frio, do amor e do perigo. Eu me sentia segura, só conhecia a felicidade do novo - até que o novo se tornou velho e as possibilidades de mudança se esgotaram. As cores dos tapetes se desgastaram, a prataria virou aço, e tudo enferrujou. E eu fiquei lá dentro, quieta dentro do meu monstro, na minha solidão destrutiva, esperando que as paredes acabassem por me esmagar.
Ao Coração Que Sofre (Olavo Bilac)
"Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar."
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar."
Minha história sobre você rendeu um texto. Um texto pequeno, com palavras fáceis e com pouca coerência. Só você entenderia o que foi escrito, por isso não tornei público. Parte do motivo era isso, a outra era ciúmes: eu tinha medo de ser roubada do pouquinho que restou sobre nós, mesmo que fosse incoerente e pobre. Tinha ciúmes do resto do seu resto. Não tinha imagens, não tinha grandes emoções, mas era meu, as suas sobras que foram gravadas nas palavras. Sei que os anos queimarão as memórias, e se não queimarem, eu me viro sozinha com uma fogueira, uma pá de amigos e uma garrafa de bebida na mão - por quanto tempo for necessário. Você não conseguia tempo para mim, e eu conseguirei todo o tempo do mundo para me livrar de você.
i'm in love with my sadness.you blame yourself, for what you can't ignore;
you blame yourself for wanting more.
i'm in love with my sadness.
you blame yourself for wanting more.
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