Não "perguntei-me": me perguntei. No errado mesmo, porque o errado é sempre mais bonito e mais comum. Sou popular, sou daqui do meio, no meio de um monte de cara pintada não me destaco por nada. Me perguntei mesmo, e vinha me perguntando em todo início de frase com pronome pra saber que a dúvida era minha mesmo. Legitimamente, era minha. E não esperava que ninguém me desse uma resposta justa, ou adequada, ou inadaqueda. A resposta era inexistente em qualquer outra boca - agora sim, eu me destacava, mas só por dentro, me destacava em mim mesma. Válido. Mas não tanto: e se eu tinha dúvida, e só eu tinha resposta, mas essa resposta não era minha, onde iria me abrigar de tanta confusão? Era assim que eu andava: cheia de perguntas sem respostas, de carinho sem casa, de papel sem caneta pra escrever sobre o passado e o futuro. O presente tava bom. Mas e daqui pra frente? 

eis a questão.

Um comentário:

Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...