Sobre o perigo de uma oralidade (bem) mal intencionada, porém permitida

Te vi descendo
Como quem desce por querer
Queimando com os olhos
O pouco que restava da minha consciência.
Te vi matando
Um lobo com os dentes
Dentes frios em pele quente
Quase um beijo macio
Num gesto fino
De quem sabe o que fazer
Te vi afiando
Uma defesa satisfatória
Contra um juri lesado
Cheio de julgadores comprados
Por meia pá dos seus olhares
Que queimaram
O pouco que restava de suas consciências
E esqueceram da decência
Quando seus lábios tocaram os meus
outra vez.

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