Quando eu paro, o mar me invade.
Ouço vindo de você vários silêncios. Esqueceu-me parada no canto como manequim. Me beija e diz que ama. Me passa a mão nos cabelos. Fica ao meu lado e faz-se manequim também. Isso é amar.
Isso é amar? E as flores, os cartões, as surpresas, as fotografias e todo aquele nervosismo?
E o medo de perder?
E se declarar por ter medo de perder?
Permaneço manequim porque quem ama só aceita. Quem imagina um dia contestar qualquer coisa que te traga felicidade? Faço e pronto. Manequim e pronto.
E você? E o que me faz feliz?
Mil e mil e mil justas justificativas, grandes, espertas, plausíveis, corretas.
Mas quem ama?
Manequim não chora. Por isso me desfaço, em choro também.
Você tem medo de perder agora que eu posso andar?
E se eu for? Você vem comigo? Você aprende a ceder?
Você corre, me captura? Todas as loucuras, você faz?
Você vai aprender a me falar?
Você vira manequim quando eu quiser também?
É de lágrima que eu faço o mar pra navegar.

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Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...