Não era pra ser eu, mas foi eu muito tempo.
Dói no orgulho da gente. Você sabia que não era e também escondeu de mim. Inclusive eu mesma escondi de mim e talvez soubesse já fazia um tempão (desde que não conseguia fazer seus olhos queimarem do jeito que deveriam), mas eu queria ser. Queria que fosse eu toda, do avesso.
Mas não era.
Dói no orgulho da gente porque fica todo aquele esforço flutuando no espaço. Não foi vão, é claro, nada é vão, mas não era eu. Eu que tanto me despedacei e me colei, eu que tanto respirava enquanto afogava, que me agarrei nos seus cabelos e detalhes e simetria perfeita, eu que hoje (especialmente hoje) não sei nem o que é respirar direitinho: era eu me esforçando pra não ser.
Não faz assim. Avisa quando não for.
As pessoas amam te ouvir. Não finge que não existe.
Eu amei te ouvir, tanto.
Mas não era pra mim que era pra você falar. Tanto que nem falou.
Nem antes. Nem no meio. Nem muito depois.

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Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...