Eu tenho uma nota no meu bloco que a primeira nota é cuidar de você.

Hoje eu vi uma lembrança na rede social, de mim, reclamando pra outro alguém, como você me irritava às 6 da manhã. Hoje encontrei as fotos e outros detalhes que enchiam todo minuto do meu passado que se entrelaçavam na sua existência.
A morte é um abismo.
A vida seguia como uma estrada larga e depois afinando, afinando, afinando... Quando eu pensava que acabaria, acabou. E esse fim, mesmo quando já se sabia ali na frente, quando se via a beira do abismo, ainda arrasa.
É silencioso. O que continuou, depois de você, não foi uma vida. Parece uma coletânea de dias soltos, seguidos e sem conexão. Daqui quatro anos, vou entrar na rede social e ser lembrada de como eu parei e caí e silenciei e tentei grudar todos os dias pensando que é assim que se segue.
Daqui quatro anos vou ver a nota que me lembrava de cuidar de você, e as fotos, e as flores que plantei em cima do que sobrou. Vou ter você no braço esquerdo, na parte de dentro - impensadamente, também perto do coração.
Vou ter você no coração, também.
Abriria mão de tudo pra seguir sem abismo.

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Como uma tecnologia muito avançada, eu silenciei. Esqueci que para ter novas palavras preciso gastar todas as antigas, ou paro. Preciso ler ...