Eu não sou branca, não sou negra,
Não sou pobre, não sou rica,
Não sou macho, nem sou bixa.
Eu não sou bixo, não sou racional,
Não sou selvagem, não sou anormal,
Não sou político, nem sou casual.
Não sou nada, eu não sou tudo,
Eu não sou pouco, nem sou muito.
Quero mais que essa vida,
Quero nascer, crescer, morrer,
Quero um milhão de chances,
Não quero sobreviver.
Quero ver, quero cegar,
quero falar toda hora pra poder chegar ou não em algum lugar.
Quero ser igual, não quero distinções.
Quero uma família, um amor, um amigo, e um irmão.
Não quero aperto de mão.
Quero mudar, permanecer,
Ter essência, acidente,
Razão e prazer.
"Eu não quero isso
Seja lá o que isso for..."
- Olá senhor! Você pode me dar um abraço? é que..
Coisas específicas me matam.
Sabe, aquele detalhezinho que sempre estraga a situação. Vontade de tomar sorvete - mas sorvete de morango. Vontade de cantar uma canção - mas qualquer canção, é aquela que você ouviu na rádio e nem sequer se lembra do nome. Sempre tem aquele pingo de "i", que parece que nem importa, mas faz uma diferença horrível. Horrível mesmo. Porque parece que quando você não faz o que você deseja do jeito que é pra ser - com os malditos detalhes - fica um vazio, uma insatisfação pesando dentro de você. Seu cérebro não mata o verme que te consome e te pira. Se as coisas fossem menos específicas, tudo ia ser bem mais simples: Eu poderia abraçar qualquer um, aquele estranho da esquina ou meu cachorro. Eu não precisaria abraçar você. Não precisaria sentir você comigo, nem... aquela emoçãozinha. Sabe, de ser você. Mas se não for, não serve. Não joga toxina em verme nenhum. Só não dá.
E esse é só começo do meu desespero.
Sabe, aquele detalhezinho que sempre estraga a situação. Vontade de tomar sorvete - mas sorvete de morango. Vontade de cantar uma canção - mas qualquer canção, é aquela que você ouviu na rádio e nem sequer se lembra do nome. Sempre tem aquele pingo de "i", que parece que nem importa, mas faz uma diferença horrível. Horrível mesmo. Porque parece que quando você não faz o que você deseja do jeito que é pra ser - com os malditos detalhes - fica um vazio, uma insatisfação pesando dentro de você. Seu cérebro não mata o verme que te consome e te pira. Se as coisas fossem menos específicas, tudo ia ser bem mais simples: Eu poderia abraçar qualquer um, aquele estranho da esquina ou meu cachorro. Eu não precisaria abraçar você. Não precisaria sentir você comigo, nem... aquela emoçãozinha. Sabe, de ser você. Mas se não for, não serve. Não joga toxina em verme nenhum. Só não dá.
E esse é só começo do meu desespero.
Besteira é seguir o coração.
Eu não ia conseguir te ver novamente. Claro que eu ansiava por fazê-lo: e eu nem precisava falar com você, nem precisava tocar, bastava ver. Sentir o cheiro, olhar cada detalhezinho, sempre mantendo uma distância. Mas eu não poderia, porque isso me quebraria mais uma vez em todos os milhões de pedaços que demorei pra colar. Não tinha mais cola, durex, durepox. Não podia quebrar, porque eu sabia que se eu fosse destruída mais uma vez, era a última. Perda total dos bens. E tudo o que eu podia era tentar me convencer todos os dias: "acabou, acabou". E não te ver nunca mais.
Eu faço, eu sinto.
Eu acordo, tomo café, saio. Eu olho, eu paro, eu penso, escrevo e falo. Canto, ando, espero, respondo. Eu estudo. Nas pausas, eu sorrio, finjo tanto quanto pisco. Pareço por fora o que não posso ser por dentro. Eu me canso. Eu converso, minto, duvido, escuto, aconselho, abraço e beijo. Aperto mão, aperto braço, aperto lápis, aperto o cadarço. Eu volto, janto, tomo banho, tomo o controle, tomo o sofá e ganho mais de 100 canais de besteiras em HD. Eu deito. Aí eu lembro do dia, guardo o que lembrar pro futuro e cavo o passado, sem querer, por deslize, engano. Tento esconder, trancar a memória, encerrar a história, fingir que não ligo, dou os ombros e viro as costas. E tento não te ver na minha frente, tento não ouvir, tento te calar, tento me acalmar, coloco o travesseiro na cara, respiro. Tudo contra você. Tudo pra você ir embora. Mas não vai. Porque... a verdade é que eu sinto sua falta, sinto muita falta.
"...E estou cansado e não deveria ter deixado você ir."
"...E estou cansado e não deveria ter deixado você ir."
oh, minha querida parede.
Ninguém realmente gosta de mudanças.
O novo sempre é estranho, desconhecido demais. Até mudar os móveis do quarto é meio apavorante. Você se pergunta todo o tempo "mas, se eu tivesse deixado minha cama ali, não seria melhor de ver televisão?". E apesar desse gosto de medo que a mudança causa, o friozinho na barriga de novidade sempre encanta. Aquela coisa de descoberta, "carne fresca", tudo diferente, quebrando a monotonia do passado.
Até você sentir falta do velho. Se torturar, questionando "por que mesmo que eu tinha que mudar? Tava tudo tão bom." E isso vai te corroendo, te machucando, deixando triste. Não porque mudou a cama de canto, mas porque abandonou a parede onde ela ficava encostada, onde você ficava encostada, que te fazia companhia todas as noites. Aquela parede, bem ali, a três azulejos de distância, que ainda tem as marcas dos seus pés das noites tortas.
Aí você começa a fazer laços com a outra parede, com as marcas no chão que você nunca tinha visto quando sua cama estava na posição antiga. Você até começa a gostar de ter feito a mudança, se adapta. Até que, por causa de um cano estourado, ou de uma reforma na casa, terá que mudar de novo a posição de tudo. E então é outra luta para mudar os costumes, quebrar os laços e remontar tudo outra vez. Você tenta colocar tudo nas mesmas posições de antes, mas não consegue. De jeito nenhum fica igual, porque você mudou, o mundo mudou, o sol está numa posição diferente, sua cama não fica mais bonita lá.
A pior mudança que pode acontecer não é por fora, é por dentro. Quando você muda por dentro, nada por fora parece igual pra você, e aí as coisas complicam.
Complicado mesmo, é quando a mudança é a única permanente na sua vida.
(Fora a permanente do cabelo.)
O novo sempre é estranho, desconhecido demais. Até mudar os móveis do quarto é meio apavorante. Você se pergunta todo o tempo "mas, se eu tivesse deixado minha cama ali, não seria melhor de ver televisão?". E apesar desse gosto de medo que a mudança causa, o friozinho na barriga de novidade sempre encanta. Aquela coisa de descoberta, "carne fresca", tudo diferente, quebrando a monotonia do passado.
Até você sentir falta do velho. Se torturar, questionando "por que mesmo que eu tinha que mudar? Tava tudo tão bom." E isso vai te corroendo, te machucando, deixando triste. Não porque mudou a cama de canto, mas porque abandonou a parede onde ela ficava encostada, onde você ficava encostada, que te fazia companhia todas as noites. Aquela parede, bem ali, a três azulejos de distância, que ainda tem as marcas dos seus pés das noites tortas.
Aí você começa a fazer laços com a outra parede, com as marcas no chão que você nunca tinha visto quando sua cama estava na posição antiga. Você até começa a gostar de ter feito a mudança, se adapta. Até que, por causa de um cano estourado, ou de uma reforma na casa, terá que mudar de novo a posição de tudo. E então é outra luta para mudar os costumes, quebrar os laços e remontar tudo outra vez. Você tenta colocar tudo nas mesmas posições de antes, mas não consegue. De jeito nenhum fica igual, porque você mudou, o mundo mudou, o sol está numa posição diferente, sua cama não fica mais bonita lá.
A pior mudança que pode acontecer não é por fora, é por dentro. Quando você muda por dentro, nada por fora parece igual pra você, e aí as coisas complicam.
Complicado mesmo, é quando a mudança é a única permanente na sua vida.
(Fora a permanente do cabelo.)
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